quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

PESQUISA REVELA QUE 73,32% DOS SULISTAS APOIAM SEPARATISMO


Pelo 14º ano consecutivo, pesquisa do Gesul mostra que separatismo ganha cada vez mais apoio entre a população da região Sul do Brasil. Dos 19.652 entrevistados, 73,32% se dizem a favor da proposta de secessão e apenas 17,44% se posicionaram contra.


O Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul) realizou de 1º a 15 de dezembro, pelo 14º ano consecutivo uma pesquisa de opinião com eleitores da região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) enfocando o tema separatismo. Foram entrevistados 19.552 eleitores acima de 16 anos, em 48 municípios com mais de 100 mil habitantes.

A pergunta feita a todos os entrevistados foi: Se o governo brasileiro permitisse um plebiscito para separar a região Sul (PR, SC, RS) seu voto seria? As respostas eram fechadas em três opções: a favor, contra ou ainda, caso o entrevistado não tivesse opinião formada, indeciso. Os resultados finais saíram no último dia 19 de dezembro.

Segundo a pesquisa, 73,32% dos entrevistados respondeu que é favorável a proposta de secessão. Os que se posicionam contra somam 17,44% e os indecisos 9,24%. O Gesul divulgou três amostragens da mesma pesquisa. A primeira, enfocando os resultados gerais, a segunda por estado e a terceira por municípios pesquisados.

O Rio Grande do Sul mais uma vez encabeça a pesquisa nos índices de aprovação a proposta. Naquele estado foram entrevistados 7.292 eleitores e destes, 80,90% são a favor de secessão, sendo que 12,88% são contra e apenas 6,23% dos entrevistados estão indecisos. A cidade mais separatista do Rio Grande é Caxias do Sul, com 87,50% de aprovação. A menos separatista é a capital Porto Alegre, onde os separatistas somam, assim mesmo, 71,39%. A cidade que teria “mais brasileiros” no estado seria Gravataí, somando 15,89% dos entrevistados, uma cota ínfima, tendo em vista os que aprovam o separatismo naquele município: 73,96%.

O estado de Santa Catarina é o segundo mais separatista do Sul. Foram entrevistados 4.888 eleitores e destes 73,85% posicionaram-se favoráveis a separação do Sul. Os que se opõe a ideia somam 16,94% e os indecisos 9,21%. O município mais separatista de Santa Catarina é Jaraguá do Sul, onde os que aprovam a secessão somam 86,98%. A menos separatista das cidades do estado é também a capital, Florianópolis, onde os que reprovam a proposta somam 22,14%. Assim mesmo os florianópolitanos declaram-se adeptos da proposta com 59,38%, mais que o dobro dos que são contra. O município catarinense onde se encontram “mais brasileiros” convictos, segundo a pesquisa, é São José. Nesta cidade os índices de reprovação a proposta separatista alcançou 26,82%. Porém, os separatistas também são maioria, somando 59,64%.

Apesar de ser o estado Sulista menos separatista, os números do Paraná não deixam dúvidas que os pró separatismo são uma ampla e robusta maioria. A pesquisa do Gesul entrevistou neste estado 7.472 eleitores e apurou que 65,58% deles apoiam a proposta de separação do Sul. Dos demais entrevistados, 22,23% de posicionaram contra e 12,19% estão indecisos. A cidade mais separatista do Paraná é Campo Largo com 75% de aprovação a proposta. Os que são contra somam 14,32%. Já o município menos separatista é Londrina onde 30,57% da população se dizem contrários a proposta. Mesmo assim, os que são contra perdem para os que querem a separação, que somaram 55,87% dos entrevistados. Até em Curitiba, onde os separatistas eram tradicionalmente em menor número, desta vez a proposta saiu vencedora com 59,34%. O índice de brasileiros contrários a proposta continua alto, chegando a 30,27% dos entrevistados. É ainda a capital Sulista onde persistem os maiores índices de reprovação a proposta separatista.

Em termos de região Sul a cidade mais separatista é Caxias do Sul (87,50%) e a menos separatista é Londrina (55,87%). Londrina também tem o maior índice de rejeição a proposta (30,57%), sendo que o menor está na cidade catarinense de Chapecó (7,29%). O município com o maior índice de indecisos é Foz do Iguaçu, com 20,83%. Caxias do Sul também tem o menor número de indecisos do Sul, apenas 2,60% dos entrevistados.

Histórico das pesquisas sobre separatismo na região Sul


De acordo com Celso Deucher, Secretário geral do Gesul, em dezembro de 1991 foi feita pela primeira vez de uma pesquisa de opinião enfocando o tema separatismo do Sul. Realizada pelo Instituto Toledo & Associados e publicada na “Revista Isto É” de 11 de dezembro daquele ano. A pesquisa ouviu “brasileiros” de dez capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Goiânia). “Claro que os resultados foram desastrosos, visto que o objetivo era desmoralizar as pretensões do Sul e por isso foram ouvidas pessoas de capitais que nada tinham haver com o Sul. Mais interessante ainda é que a pesquisa nem ouviu os habitantes de Florianópolis, capital catarinense. Mas mesmo assim, quando depurados os resultados, tendo apenas os números de Curitiba e Porto Alegre, nota-se que a tese separatista já tinha 42,6% de aprovação, contra 49% de reprovação”, analisa Deucher.

A mesma pesquisa no entanto trouxe outros dados que segundo o dirigente do Gesul desmascaram uma possível farsa do Instituto e da própria revista. “A pesquisa perguntou aos brasileiros das capitais citadas se o Brasil seria melhor governado se fosse dividido em dois países. A resposta é contundente e dá uma vantagem sintomática ao sim, com 47%. Os que disseram não, eram 30%, sendo que 17% disse que talvez e os demais (6%) afirmaram que não sabiam. Significa dizer que a pesquisa estava furadissima e que os dados foram misturados para esconder os gritantes números da aprovação ao separatismo no Sul”, analisa.

Os anos se passaram e o separatismo ganhou força a ponto de ter mais de 60% de aprovação, segundo pesquisa da revista Amanhã e da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul). A própria revista Isto É, contratou o Instituto Bonilha em 1993 e fez outra pesquisa onde já aparece o separatismo Sulista com 46,6% de aprovação, contra 46% de reprovação. Após um período de intensa repressão, a proposta teve seus índices de aprovação reduzidos. No final da década de 1990, os separatistas somavam pouco mais de 30%, contra cerca de 55% que reprovavam a proposta.

“A partir de 2002, as pesquisas começaram a mostrar uma nova tendência de crescimento no apoio a proposta de secessão Sulista. Porém, os levantamentos eram geralmente realizados nas capitais do Sul e também detectamos que nelas se encontravam os menores índices de aprovação. O grande apoio ao separatismo vem do interior. Em 2011, o Gesul fez pela ultima vez pesquisa apenas nas capitais e constatou que 43,50% apoiavam a proposta separatista, contra 35,20% que reprovavam. O índice de indecisos era de 21,30%”, conta Deucher.

Em 2012, pela primeira vez o Gesul realizou uma pesquisa mais ampla, cobrindo as 48 cidades com mais de 100 mil habitantes do Sul. De fato os números mostraram que fora das capitais os índices de aprovação a proposta são muito maiores. Dos 19.552 entrevistados, 53,85% se posicionou a favor da secessão e apenas 30,16% disse ser contrario.

“Para comprovar nossa tese, em 2013 ampliamos a pesquisa para as 98 cidades com mais de 50 mil habitantes do Sul e novamente concluímos que a aprovação maior vem dos municípios do interior. Nesta pesquisa, 54,72% dos entrevistados disseram que apoiavam a separação do Sul. Apenas 28,74% se posicionaram contra e 16,54% confessaram-se indecisos”, explica Celso.

Analise dos números da pesquisa de 2014


A pesquisa de 2014 trás novidades e comprova que o separatismo Sulista ganhou fôlego em uma aprovação numérica até hoje nunca apurada em pesquisas. São mais de 73% de aprovação contra apenas 17,44% de reprovação. “Penso que nunca chegamos a níveis tão altos de aprovação a proposta separatista”, frisa Deucher.

O Gesul analisa de três formas os números. “A primeira coisa que salta aos olhos é o grande crescimento dos índices de aprovação, o que para nós é resultado principalmente do momento político do Brasil. A última eleição abriu sulcos profundos entre os dois brasis. Aquele que quer mudanças e aquele que prefere manter o status quo. Não é a primeira vez que os que querem mudanças perdem a eleição. O segundo motivo é que por excelência o Povo Sulista é contra o cerceamento de qualquer tipo de liberdade e o estado brasileiro centralizou ainda mais todos os poderes em Brasília e de lá, encastelados no poder, as oligarquias e os partidos vencedores distribuem o esforço produtivo das regiões ao seu bel prazer. De tudo que o Sul manda para Brasília, menos de 20% volta para a região. É certamente um dos principais combustíveis do separatismo. O Sulista descobriu que ele é um dos mais explorados pelos que hoje estão no poder. Basta ver os números do próprio Portal da Transparência, que indicam que nos últimos três anos (2011, 2012 e 2013), o Sul mandou para Brasília mais de 150 bilhões de reais e recebeu de volta cerca de 80 bilhões. É um novo tipo de colonialismo que está em vigor na América Portuguesa. Por último, os números mostram que o trabalho de conscientização que vem sendo realizado pelo Movimento O Sul é o Meu País, desde 1992, está surtindo efeito. Na maioria das cidades pesquisadas, o Movimento tem grupos de apoio fortíssimos e que tem desenvolvido ações de divulgação da proposta de maneira organizada”, avalia Deucher.

Na sua analise, Deucher acredita que estes números não vão se sustentar nos atuais padrões. Muitos desiludidos com o Brasil por causa da eleição, vão voltar a acreditar no Brasil, pois não são separatistas convictos. “Os separatistas convictos hoje são cerca de 65% e estes é que vão fazer a diferença na conquista de novos adeptos para o Movimento organizado. Os que são contra a proposta de secessão, com convicção, não chegam a 25% e a tendência é que se mantenha. O que vai mudar são os que hoje se declaram indecisos. Estes a tendência que vem mostrando as pesquisas é que eles passem em sua maioria a engrossar as fileiras separatistas em 2016, já que a crise política, econômica e social do Brasil, pelo que tudo indica, vai piorar”, finaliza Deucher.

Municípios pesquisados


A pesquisa foi dirigida a eleitores maiores de 16 anos, residentes nos 48 municípios com mais de 100 mil habitantes, nos três Estados, sendo 18 no Paraná, 18 no Rio Grande do Sul e 12 em Santa Catarina. Os municípios paranaenses são: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Apucarana, Toledo, Araucária, Pinhais, Campo Largo, Arapongas, Almirante Tamandaré e Umuarama. Em Santa Catarina, Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Chapecó, Itajaí, Lages, Jaraguá do Sul, Palhoça, Balneário Camboriú e Brusque. No Rio Grande do Sul a pesquisa foi feita em Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Rio Grande, Alvorada, Passo Fundo, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Cachoeirinha, Santa Cruz do Sul, Bagé e Bento Gonçalves.

Metodologia


Os pesquisadores fizeram ao todo três perguntas para cada entrevistado. A primeira delas foi em relação a idade, visto que a pesquisa tinha como objetivo entrevistar apenas eleitores. A segunda pergunta referia-se a localização residencial, objetivando consultar apenas pessoas residentes naquele município pesquisado. Estando presentes estas duas condições, os pesquisadores indagavam o eleitor com a seguinte pergunta: “Se o governo federal permitisse um plebiscito para separar a região Sul (PR, SC, RS), você votaria?”. Havia apenas três alternativas: a favor, contra, indeciso. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, Curitiba, Londrina, Joinville e Porto Alegre os pesquisadores entrevistaram 664 eleitores. Já nos municípios abaixo de 500 mil foram ouvidos 384 eleitores.

As entrevistas foram feitas através de amostra aleatória simples sobre variáveis categóricas. Este tipo de amostra aleatória é aquela na qual todos os pesquisados têm a mesma probabilidade de serem selecionados. Ao mesmo tempo, como variável categórica, foram selecionadas as amostras, através das duas perguntas antecedendo a principal, pois era necessário saber se o cidadão residia de fato no município e se era eleitor.

De acordo com o Gesul a metodologia usada na pesquisa é a mesma aprovada pela Associação Brasileira de Pesquisa. Neste caso específico trabalha com uma margem de 5%, para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%.

Veja abaixo os gráficos das pesquisas por região, por estados e por municípios.






















































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