Fotos: Andre Luiz Wisnheski
Na
noite do dia 19 de agosto, foi lançado oficialmente a imprensa, o sétimo
evento Cultural polonês, que aconteceu no dia 25 de agosto tendo como local o complexo de Nossa Senhora do Caravaggio (Azambuja).
O evento deste ano foi recheado de atrações nas áreas de religiosidade, canto,
folclore, música, dança e comida típica.
Iniciada na década de 1990, capitaneada principalmente pela família Walendowsky e mais tarde por diversas outras famílias de origem polonesa, como os Marchewsky, os Witkowsky, os Civinski, os Imianowski, os Jachowicz, entre outras, a comemoração chega ao ano 2013 com força total e já na sua sétima edição. Este ano, a Festa Polonesa, como também é conhecida, está sendo realizada pela Fundação José Walendowsky, fundada em 2013 e que reúne em seu seio as principais famílias de origem polonesa de Brusque e região. “Nos anos anteriores quem participou das comemorações saiu maravilhado com a grandiosidade da cultura polonesa no município de Brusque. E o sucesso se repetiu este ano”, diz o presidente da Comissão Central Organizadora (CCO), empresário Ivan Walendowsky.
De
acordo com ele, o evento tem como principal objetivo resgatar as tradições
polonesas, congraçar as famílias de origem e comemorar a data oficial da
chegada dos primeiros imigrantes poloneses a Brusque e ao Brasil. Membro de uma
das mais numerosas famílias de origem do município, Ivan afirma que o evento
vem crescendo a cada ano e que a meta é agregar mais e mais famílias. “Trata-se
de uma promoção espontânea dos descendentes poloneses, que acreditam que é
importante que nosso grupo étnico mantenha viva as tradições dos antepassados.
Por isso estamos convidando todas as famílias polonesas de Brusque e região
para estarem lá conosco em confraternização por esta importante data para nós
de Brusque e para o Brasil, afinal foi aqui que chegaram os primeiros imigrantes
poloneses”, assinala Walendowsky.
Para o historiador e pesquisador da etnia polonesa em Brusque, Celso Deucher, atualmente no município existem cerca de 1.300 famílias com descendência polonesa. “Estas representam cerca de 5% da população atual de Brusque e em sua maioria são de famílias vindas diretamente da Polônia para Brusque. Cerca de 30% destas famílias são originárias das Colônias polonesas do Vale do Rio Tijucas, especialmente da localidade de Pinheiral de onde vieram os Civinski, os Graczcki entre outros. Nos últimos 20 anos também tem chegado a Brusque diversas famílias desta etnia provindas do Paraná e do Rio Grande do Sul, como os Kogikowski e os Daobroski”, explica Deucher.
História da imigração
Um
registro de batismo resgatado pelo historiador Celso Deucher em seu livro
“Brusque Polonesa” (S&T Editores, 2008), marca a data da chegada de um
grupo organizado de poloneses em Brusque e na América Portuguesa, dando inicio
a saga que traria ao município o terceiro tronco étnico formador do povo
brusquense. “No dia 25 de agosto de 1869, batizei e pus os santos óleos ao
inocente Estevão Sieniovski, nascido no dia 3 de julho de 1869, em o mar, filho
legitimo de Thomaz Sieniovski e de Maria Kovalska, neto paterno de albano
Sieniovski e Maria Bastek, neto materno de pessoas imigrantes”.
Com este registro de nascimento assinado pelo pároco de Brusque, Pe. Alberto Francisco Gattone, em 25 de agosto de 1869, iniciava-se também, segundo defende Celso Deucher em sua obra, a história da imigração organizada de poloneses para a América Portuguesa. O primeiro grupo de imigrantes desta etnia chegou em Brusque possivelmente neste dia 25 de agosto de 1869 e trazia em seu meio o pequeno Estevão com 54 dias de vida. “Somente três meses depois, mais precisamente no dia 12 de novembro, Estevão teria companhia de uma outra criança nascida em terras brusquenses, Izabella Kokot, que alguns consideram a primeira polonesa nascida na América Portuguesa”, explica Deucher.
“Este pioneiro grupo de poloneses era formado por 16 famílias naturais de Siolkowice, uma pequena aldeia localizada próxima da cidade de Opole, região conhecida por Silésia e que naquele momento da imigração estava sob domínio da Prússia, hoje Alemanha. Ao todo eram 78 pessoas as quais foram registradas que tinham como chefes de cada família, Franciszek Pollak, Micolaj Wós, Bonawentura Pollak, Thomasz Szymanski, Szymon Purkot, Filip Purkot, Michael Prudlo, Szymon Otto, Domin Stempke, Kasper Gbur, Balcer Gbur, Walentin Weber, Antoni Kania, Franciszek Kania, André Pampuch e Stefan Kachel. Em sua maioria eram agricultores”, detalhe o historiador.
Estas famílias desembarcaram em Itajaí e trazidas a Brusque, onde foram assentadas na Colônia Príncipe Dom Pedro, que mais tarde fundiu-se com a Colônia Itajahy, célula mãe do município de Brusque. “Infelizmente este primeiro grupo não ficou muito tempo por aqui e por falta de assistência ou rusgas étnicas locais, afinal foram colocados novamente sob mando e assentados ao lado dos alemães, seus inimigos na Europa, acabaram migrando para o Paraná. De lá para cá, outras milhares de famílias chegaram a região do Vale do Itajaí Mirim e Vale do Rio Tijucas”, diz Celso.
A data de 25 de agosto, com base no documento resgatado por Deucher, veio a se transformar em uma lei municipal no Dia Municipal do Imigrante Polonês. Sancionada em 24 de setembro de 2009, a partir daquele ano, a data vem sendo comemorada por todos os descendentes de Brusque e já está sendo comemorada em outros municípios do Estado. “Em Indaial, inclusive, a data do próximo dia 25 de agosto, será comemorada com um grande festival de Danças Folclóricas Polonesas”, informa Deucher.
Ao longo dos últimos 144 anos os descendentes de poloneses encontraram diversas maneiras de manifestar seu orgulho em pertencer a etnia. Uma das mais famosas festas populares de Brusque é a de Nossa Senhora de Czestochowska, realizada no bairro Santa Luzia. Aliás a data de comemoração da “rainha da Polônia”, é coincidentemente um dia depois da chegada dos poloneses em Brusque, 26 de agosto.
Seguindo a mesma tendência das demais etnias, o idioma polonês praticamente já não se fala mais no município. “Bem poucas pessoas, ainda mantém a língua em algumas famílias e mais raramente ainda é possível encontrar descendentes que rezam no idioma de seus antepassados. Mas encontrar alguém que saiba falar fluentemente o polonês é tarefa difícil em Brusque”, diz Deucher.
Apesar de grande parte dos traços culturais terem sido perdidos ao longo do tempo, os descendentes de poloneses em Brusque são persistentes e apegados aos valores deixados pelos antepassados. “Nosso grupo étnico tem a consciência viva de que somos a terceira maior e mais importante etnia formadora do município de Brusque e uma das que mais contribui com o desenvolvimento da cidade como pólo têxtil regional e nacional”, diz Ivan Walendowsky.
Atrações culturais
Mantendo a tradição de religiosidade, o VIIº Evento Cultural Polonês começou neste ano às 10h30min com uma missa celebrada em dois idiomas, o Polonês e o Português. O padre Wladylaw Milak, veio especialmente de Krakóvia para em conjunto com o Padre Alvino Milani, dirigir a celebração religiosa.
Após a
missa, as 12h30min os participantes foram para o salão do Seminário de Azambuja,
onde foi servido um almoço típico polonês. As cozinheiras Clara Floreck
Prichoa e Sabrina Mostifaga, vindas especialmente do município de Áurea, Rio
Grande do Sul para o evento, deram um show na preparação da comida típica e foram auxiliadas por uma equipe de Brusque.
As
14h30min, tendo como local o anfiteatro do Museu Azambuja, aconteceu as
apresentações culturais, que este ano contou com a presença da banda musical
Tatrachord Kapele, oriunda dos Montes Tatras, Zakopane, Polônia. A banda típica executou canções tradicionais polonesas, bem como, musicas do repertório
popular daquele país, da Hungria e da Eslováquia.
Também
na parte cultural, pela segunda vez em Brusque apresentou-se o Grupo Folclórico Polonês Karolinka, de São Mateus do
Sul, dirigido por Irio Janoski. O Karolinka é um dos mais respeitados grupos de
dança polonesa do Sul do Brasil.
Patrocinadores
O evento deste ano foi patrocinado por empresas e pessoas de Brusque e região, como Divesa Distribuidora de Veículos, Breitkopf Veículos, Guilherme Marchewsky, Desembargador Carlos Alberto Civinski, Marazul Malhas (Netão Imianowski), Buettner (João Henrique Marchewsky), Refrigeração Graczki, Formabella (Luiz Imianowski), Inácio Walendowsky Indústria e Comércio (Sérgio Walendowsky), WDCom Walendowsky Combustíveis (Ivan Walendowsky), Waldir Walendowsky, Antônio Kowalsky, Ivani Terezinha Walendowsky, Refrimaster Refrigeração (Moisés Malek Gossler), Dr. Maria Matilde Walendowsky Grubba, GD Arte Propaganda (Gilmar Dunka) e Sérgio Jachowicz.
Show de bola!!!
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